SINDSERM de Picos acusa Secretaria de Educação de não efetuar repasses de empréstimos consignados

Presidente do SINDSERM, Lenice Sales
Foto: Jailson Dias

A presidente do SINDSERM, professora Lenice Sales, acusou a Secretaria de Educação de Picos de não efetuar os repasses para as instituições financeiras onde os professores da rede municipal contraíram empréstimos consignados. Estes são descontados mensalmente dos vencimentos dos docentes, mas, mesmo assim, os servidores têm recebido cobranças como se estivessem devendo.

Segundo Lenice isso tem ocasionado em inúmeros transtornos para os professores, como a negativação do nome, ou seja, no momento em que vão efetuar uma compra os docentes são informados que estão impedidos de efetuar a transação devido a irregularidades das quais nem estavam sabendo. Em outras palavras, estão com o “nome sujo”, e não podem realizar compras parceladas, por exemplo.

Em outros casos os professores receberam cartas do banco informando que estão em débito com a instituição. Lenice, que também foi prejudicada, informou em entrevista  que outros professores tem relatado a mesma situação. Embora esse fato tenha sido percebido ao final de janeiro, a sindicalista alertou que não é a primeira vez que acontece.

“Faz oito dias que recebi a cobrança da Caixa Econômica Federal, e me disseram que eu estava com mais 54 dias de atraso, mas quando recebi o meu salário, foi descontado, e o mesmo acontece com os demais servidores, mas esse problema acontece apenas na Educação, nas demais secretarias está tudo normal”, declarou.

Pelo menos 30 pessoas, segundo a sindicalista, já foram até o SINDSERM para relatar a situação. Uma vez que não se trata de uma causa coletiva, os professores precisam constituir advogado para tomar as providências e remover os nomes dos serviços de proteção ao crédito e cobrar as reparações legais necessárias. “Nós temos feito denúncias para a sociedade saber o que vem acontecendo, mas na questão jurídica não temos como entrar, porque são casos individuais”, comentou.

A explicação

Folha Atual procurou a Secretaria de Educação de Picos para saber o que estava acontecendo. Lá fomos informados que a prefeitura estava negociando a solução do problema com as instituições financeiras e que o mesmo já teria sido resolvido. No entanto, como já aconteceu antes, buscamos tomar conhecimento dos motivos.

Segundo a coordenadora-financeira da Educação, Gerly Bezerra, a secretaria recebe dos bancos a relação dos nomes de todos os servidores que possuem empréstimo, então os recursos, correspondentes ao desconto salarial, são repassados para as instituições financeiras. No entanto, isso acontece apenas após o pagamento dos salários de todos os servidores, a prioridade inicial.

“Esses empréstimos são repassados aos bancos no montante, não repassamos individualmente para cada servidor, repassamos no montante, e quando os recursos do FUNDEB do mês cobrem a folha no bruto, logo imediatamente são feitos esses pagamentos, quando não, esperamos o próximo recurso do FUNDEB para poder cobrir essa outra parte da folha, porque a prioridade são os salários”, explicou Gerly Bezerra.

Gerly disse ainda que os recursos do FUNDEB vêm caindo constantemente ao passo que as despesas da Secretaria de Educação aumentam, como a questão do piso salarial dos professores que foi atualizado no início desse ano. A coordenadora financeira explicou que, infelizmente, o problema pode acontecer devido a dependência do município do FUNDEB. “O FUNDEB é veiculado 60% ao pagamento do magistério, infelizmente ficamos sujeitos a essa variação”, frisou.

Folha atual

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