Diretor-geral de maternidade avisa a secretário de Saúde que precisa adquirir mais ‘leitos’ de morte
MATERNIDADE DONA EVANGELINA ROSA: “A VIDA COMEÇA AQUI”
O slogan da maior maternidade pública do estado do Piauí remete à vida, mas a junção de fatores que imperam sobre ela, incluindo a má administração pública advinda de pastas do governo que parecem agir de forma atabalhoada, culmina no seu oposto: a morte. Suas vítimas, ali, possuem um ‘público-alvo’ recorrente. São mães e dezenas e dezenas de bebês.
E isso, ao que parece, é levado em conta. Os repasses de informações para a Secretaria de Saúde, de autoria do diretor-geral da maternidade Dona Evangelina Rosa, Francisco Macêdo Neto, evidenciam não só a preocupação com a aquisição de medicamentos, material hospitalar ou alimentação, como carne, mas também em dar um bom encaminhamento a
os que não conseguem resistir ao que hoje já ganhou até o apelido de “abatedouro” humano.
Em trecho de documento endereçado ao secretário Florentino Neto é possível visualizar bem isso, no que diz respeito ao alojamento adequado dos corpos, até porque o fluxo, parece ser grande na dita principal maternidade pública do Piauí.
“Quanto ao necrotério, este já se encontra devidamente identificado com placa (foto em anexo)”, avisa o diretor-geral, informado que estaria a atender determinações do Ministério Público Estadual.
Nos documentos oficiais também há a informação de que será adquirida uma “Câmara Frigorífica Mortuária para quatro corpos”. Esse item faz parte da “Sala para armazenagem temporária de restos humanos”.
“Entretanto está aguardando dotação orçamentária atualizada no Setor de Coordenação Financeira da MDER, e, por conseguinte, publicação de Edital”, era o repassado à época. O mês de abril deste ano.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (26), e a despeito das inúmeras cobranças para obtenção de mantimentos feitas a inúmeras pastas do governo sem muitas respostas, Francisco Macêdo Neto diz que está recebendo ajuda sim.
Não explicou é se ela está vindo do além.