GAECO chegou a revelar dificuldades para investigar suposto esquema no DETRAN do Piauí
Por Rômulo Rocha – Do Blog Bastidores
Ao arquivar procedimento de investigação criminal contra suposto esquema de clonagem de veículos com ocorrência de roubo/furto, a partir de chassis de viaturas do Exército em circulação no estado do Piauí nos anos de 2017 e 2018, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPPI) revelou a dificuldade que seria investigar o DETRAN-PI.
“Em análise à presente demanda, verifica-se que o grupo de atuação especial de combate ao crime organizado empreendeu relevantes diligências no curso da investigação do presente PIC, inclusive, com auxílio da Polícia Rodoviária Federal, do Núcleo de Inteligência e do Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro (LAB-LD)”, reporta documento que ratifica decisão de arquivamento.
“Ocorre que, em que pese a realização das devidas diligências, o GAECO concluiu não ser possível a identificação dos integrantes dessa possível organização, mormente considerando que a frequente rotatividade das pessoas físicas, jurídicas, terceirizados e agentes que compõem o DETRAN/PI, aliada à grande quantidade de informações que tramitam e são manuseadas pela autarquia, dificultam a análise aprofundada de sua atuação, e, principalmente, de quem efetuou ou deixou de efetuar determinado ato”, acresce.
“Ademais, o referido Grupo de Atuação Especial destacou que o próprio Tribunal de Contas do Estado do Piauí enfrenta esses empecilhos no exercício do controle externo sobre aquela entidade”, complementa decisão do Conselho Superior do MP-PI, fechando a justificativa para o arquivamento do processo investigatório.
Ainda segundo a decisão que arquiva esse procedimento, a apuração dos eventuais fatos foi instaurada “a partir do relatório de inteligência nº 003/2018 do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, acerca de investigação que aponta para a existência do referido esquema, o que configura o delito tipificado no artigo 311 do Código Penal”.
Além de que, “pelo Modus Operandi, há forte probabilidade da ocorrência de organização criminosa voltada à prática desses crimes, com possível envolvimento de pessoas que tenham acesso aos sistemas do DETRAN”.